On the subway...

Desde que voltei à minha condição de plebe a coisa de que sinto mais falta é o carro, conduzir, eu adoro conduzir ter o rádio numa música que gosto e deixar-me levar.
Quando chego a casa, comprar iogurtes no supermercado serve de pretexto para andar de carro e matar as saudades, no entanto, sou sincera, após estes dois últimos anos de mobilidade a quatro rodas, pude constatar que algumas pessoas continuam a frequentar as mesmas linhas de metro desde então. Existe uma senhora, que pelo seu olhar muito triste, eu já havia reparado nela, uma pessoa cuja apresentação não combina com a expressão facial. Passo a explicar, veste-se de uma forma muito “in”, aos meus olhos, com um look jovial apesar de ter cerca de 40 anos, contudo o seu olhar tem imenso pesar, triste como uma infinidade de lágrimas choradas, pela postura corporal mostra-se sempre na defesa, dá-me pena sempre que a vejo pela manhã, a entrar no metro. Depois, existe sempre aquele mar de gente que olhando para a fachada daria simplesmente para soltar uma imensa gargalhada, aquelas roupas muito brilhantes onde o rosa pode combinar com amarelo, laranja, vermelho e ainda uma pitada de verde fluorescente… Digam lá, que um colete reflector não ficaria a matar??? Ou ainda aquele cheiro nauseabundo do final de tarde onde como sardinhas empilhadas vai a mescla humana aglomerada e o “cheiro a próximo” (como alguém muito meu querido costumava dizer) se faz sentir, mas no final disto tudo, o que me coloca um sorriso na cara são duas coisas simples, ceder o meu lugar sentada a uma pessoa que necessite e poder comunicar com os estrangeiros que passam, ou porque pedem uma informação ou como hoje, poder travar uma conversa amena sobre lugares que já visitámos e lugares a visitar… ao casal de aussies desejo uma boa jornada em Portugal e reforça-se a vontade de conhecer a Austrália.